terça-feira, 3 de abril de 2012

GOTAS DE ESPIRITUALIDADE - ABRIL/2012


A verdadeira propriedade

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 16 - itens 9 e 10, Não se pode servir a Deus e a Mamon, Boa Nova Editora.

O homem não possui de seu senão o que pode levar deste mundo. O que encontra ao chegar, e o que deixa ao partir, goza durante a sua permanência; mas, uma vez que é forçado a abandoná-lo, dele não tem senão o gozo e não a posse real. Que possui ele, pois? Nada daquilo que é para uso do corpo, tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais; eis o que traz e o que leva, o que não está no poder de ninguém lhe tirar, o que lhe servirá mais ainda no outro mundo do que neste; dele depende ser mais rico em sua partida do que em sua chegada, porque daquilo que tiver adquirido em bem, depende a sua posição futura. Quando um homem vai para um país longínquo, compõe a sua bagagem de objetos que têm curso nesse país; mas não se carrega dos que lhe seriam inúteis. Fazei, pois, o mesmo para a vida futura, e fazei provisão de tudo o que poderá nela vos servir.
Ao viajor que chega a uma estalagem, se dá um belo alojamento se o pode pagar; àquele que pode pouca coisa, se dá um menos agradável; quanto àquele que nada tem, vai deitar sobre a palha. Assim ocorre com o homem na sua chegada ao mundo dos Espíritos: seu lugar está subordinado ao que tem, mas não é com o ouro que paga. Não se lhe perguntará: Quanto tínheis sobre a Terra? Que posição nela ocupáveis? Éreis príncipe ou operário? Mas, se lhe perguntará: O que dela trazeis? Não se computará o valor dos seus bens nem dos seus títulos, mas a soma das suas virtudes; ora, a esse respeito, o operário pode ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que, antes da sua partida, pagou a sua entrada com ouro e se lhe responderá: Os lugares aqui não se compram, eles se ganham pelo bem que se fez; com o dinheiro terrestre, pudestes comprar campos, casas, palácios; aqui tudo se paga com as qualidades do coração. Sois rico dessas qualidades? Sede bem-vindos, e ide ao primeiro lugar onde todas as felicidades vos esperam, sois pobre? Ide ao último, onde sereis tratado em razão do que tendes. (PASCAL, Genève, 1860).
Os bens da Terra pertencem a Deus, que os dispensa à sua vontade, e o homem deles não é senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente. Eles são tão pouco a propriedade individual do homem, porque Deus, frequentemente, frustra todas as previsões; que a fortuna escapa daquele que a crê possuir pelos melhores títulos. (...)