terça-feira, 3 de julho de 2012

GOTAS DE ESPIRITUALIDADE - Julho/2012

A fé divina e a fé humana

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 19 - item 12, A fé transporta as montanhas, Boa Nova Editora.

A fé é o sentimento inato, no homem, de sua destinação futura; é a consciência que tem das faculdades imensas cujo germe foi depositado nele, primeiro em estado latente, e que deve fazer eclodir e crescer por sua vontade ativa.
Até o presente, a fé não foi compreendida senão sob o aspecto religioso, porque o Cristo a preconizou como alavanca poderosa, e porque não se viu nele senão o chefe de uma religião. Mas o Cristo, que realizou milagres materiais, mostrou, por esses mesmos milagres, o que pode o homem quando tem fé, quer dizer, a vontade de querer, e a certeza de que essa vontade pode receber seu cumprimento. Os apóstolos, a seu exemplo, não fizeram também milagres? Ora, que eram esses milagres senão efeitos naturais, cuja causa era desconhecida dos homens de então, mas que se explica em grande parte hoje, e que se compreenderá completamente pelo estudo do Espiritismo e do magnetismo?
A fé humana ou divina, segundo o homem aplique suas faculdades às necessidades terrestres ou às suas aspirações celestes e futuras. O homem de gênio que persegue a realização de alguma grande empresa, triunfa se tem fé, porque sente em si que pode e deve alcançar, e essa certeza lhe dá uma força imensa. O homem de bem que, crendo em seu futuro celeste, quer encher sua vida de nobres e belas ações, haure em sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e aí ainda se cumprem milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé não existem más tendências que não se possam vencer. O magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação; é pela fé que ele cura e produz esses fenômenos estranhos que, outrora, eram qualificados de milagres.
Eu repito: a fé é humana e divina; se todos os encarnados estivessem bem persuadidos da força que têm em si, se quisessem colocar sua vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até o presente, chamou-se de prodígios, e que não é senão um desenvolvimento das faculdades humanas. (UM ESPÍRITO PROTETOR, Paris, 1863).