sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

GOTAS DE ESPIRITUALIDADE - Fevereiro/2013

Dai a César o que é de César

(Trecho extraído do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Boa Nova Editora)


5. Então, os Fariseus, tendo-se retirado, decidiram entre si o surpreender em suas palavras. – Enviaram-lhe, pois, seus discípulos, com os Herodianos, dizer-lhe: Senhor, sabemos que sois verdadeiro e que ensinais o caminho de Deus na verdade, sem considerar a quem quer que seja, porque não considerais a pessoa nos homens; – dizei-nos, pois, vossa opinião sobre isto: É-nos permitido pagar o tributo a César, ou de não o pagar? Mas Jesus, conhecendo a sua malícia, disse-lhe: Hipócritas, por que me tentais? Mostrai-me a peça de dinheiro que se dá para o tributo. E tendo eles lhe apresentado uma moeda, Jesus lhes disse: De quem é esta imagem e esta inscrição? – De César, disseram-lhe. Então Jesus lhes respondeu: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. O tendo ouvido falar dessa maneira, admiraram sua resposta e, deixando-o, retiraram-se. (São Mateus, 22:15-22; São Marcos, 12:13-17).

6. A questão proposta a Jesus era motivada por essa circunstância de que os Judeus, tendo em horror o tributo que lhes era imposto pelos Romanos, dela fizeram uma questão religiosa; um partido numeroso se formara para repelir o imposto; o pagamento do tributo era, pois, para eles, uma questão irritante e atual, sem a qual a pergunta feita a Jesus: “É-nos permitido pagar, ou de não pagar, o tributo a César?” não teria nenhum sentido.

Essa pergunta era uma armadilha; porque de acordo com a sua resposta, esperavam excitar, contra ele, seja a autoridade romana, seja os Judeus dissidentes. Mas “Jesus conhecendo a sua malícia”, evita a dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, em lhes dizendo para restituírem a cada um o que lhe era devido. (Ver a Introdução, artigo: Publicanos – O Evangelho Segundo o Espiritismo).

7. Esta máxima: “Dai a César o que é de César”, não deve ser entendida de uma forma restritiva e absoluta. Como todos os ensinos de Jesus, é um princípio geral resumido sob uma forma prática e usual, e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é uma consequência daquele que diz agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco; ele condena todo prejuízo material e moral levado a outrem, toda violação dos seus interesses; prescreve o respeito dos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeite os seus; se estende ao cumprimento dos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, assim como para com os indivíduos.