sexta-feira, 18 de maio de 2012


ESPIRITISMO PARA INICIANTES

Deus e a Criação
"No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas" - (Gênesis, cap. 1 - 1 e 2).
1.0 - A OBRA DE DEUS
Desde os tempos em que a humanidade vivia em cavernas o homem admira-se perante a grandiosidade do Universo.
Ernest Renan, um historiador e filólogo francês do século XIX, em sua magnífica obra A Vida de Jesus, afirma: "Desde que o homem se diferenciou do animal, tornou-se religioso, ou seja, ele percebeu que na natureza havia algo além da realidade e, em si mesmo, algo que estava além da morte". Por isso, o ser humano sempre buscou respostas sobre a origem das coisas e quis saber a respeito de quem teria sido o supremo arquiteto dos céus, dos montes, dos mares, da natureza etc. A Doutrina Espírita, como veremos, nos oferece seguras respostas a esses questionamentos.
a) Que é Deus
Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Criou tudo o que há. É o único princípio não criado. Sempre existiu.
As leis da Física demonstram que um determinado efeito nunca é anterior à causa. No caso da Criação, pode-se concluir que ela é conseqüência da ação de um princípio lógico, que se encadeia de forma inteligente. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.
O homem, observando o mundo que o cerca, pode deduzir através da razão, que aquilo que o criou deve ser inteligente e superior a tudo o que existe. A essa causa primária denominou-se "Deus". Podemos reconhecer Deus observando e estudando suas obras.
"Lançando o olhar em torno de si, sobre as obras da Natureza, observando a previdência, a sabedoria, a harmonia que preside a todas as coisas, reconhecemos que nenhuma há que não ultrapasse o mais alto alcance da inteligência humana. Ora, desde que o homem não as pode produzir, é que elas são o produto de uma inteligência superior à humanidade, a não ser que admitamos haver efeito sem causa" - (Allan Kardec - A Gênese, cap. II, item 5).
b) Atributos da Divindade
Não é dado ao homem, dentro da impotência em que se encontra, atingir toda a magnitude da natureza íntima de Deus. Por muito tempo, o homem julgou Deus à sua imagem e semelhança, dando a ele a aparência humana, bem como suas imperfeições, moldando um Deus colérico, vingativo e ciumento. Entretanto a Divindade possui atributos próprios de sua natureza suprema. Deus não se mostra, mas afirma-se mediante suas obras, diz Kardec. Diante disso, pode-se afirmar que:
Deus é eterno: Ou seja, não teve começo e não terá fim. Se Ele tivesse tido um começo, teria saído do nada. O nada, sabemos, não existe. Deus é o ser absoluto, eterno, a própria eternidade.
Deus é imutável: Se Ele fosse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam estabilidade. Sua imutabilidade é o alicerce das leis físicas e morais.
Deus é imaterial: A natureza de Deus difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma Ele não seria imutável e suas leis estariam sujeitas às transformações da matéria.
Deus é único: Se existissem muitos deuses, não haveria unidade de vistas, nem de poder na organização do Universo. Se existisse um outro Deus, teria que ser igualmente infinito em todas as coisas, caso contrário nem um nem outro teria a soberana autoridade. Os povos antigos, por ignorância, acreditavam na existência de muitas divindades e associavam-nas às forças da natureza, às montanhas, aos mares, às matas, aos astros etc.
Deus é todo poderoso: Se não tivesse o poder soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele, que assim não teria a supremacia sobre a Criação, deixando de ser Deus. Aquelas obras que Ele não tivesse feito, seriam obrigatoriamente feitas por outro deus. Portanto Deus é todo poderoso porque é único.
Deus é soberanamente justo e bom: A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas que cercam o ser humano, e esta sabedoria não permite que se duvide de Sua justiça nem da Sua bondade.
Deus é infinitamente perfeito: Conceber Deus sem essa perfeição infinita é ter que admitir que exista algo ainda mais perfeito. Se retirássemos a menor parcela de um de seus atributos, já não teríamos Deus, pois poderia existir um ser mais perfeito.
"Deus é, pois, a suprema e soberana inteligência; é único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, e não pode deixar de ser assim. Tal é o eixo sobre o qual repousa todo o edifício universal; é o farol do qual os raios se estendem sobre o universo inteiro, o único que pode guiar o homem em sua pesquisa da verdade; ao segui-lo, não se extraviará nunca; e se tem se desencaminhado com tanta freqüência, é por não ter seguido o caminho que lhe é indicado" - (Allan Kardec - A Gênese, cap. II, item 19).
Se é possível crermos na existência de um Ser superior que criou o mundo onde vivemos e o Universo que nos cerca, e que nos concedeu oportunidade de vida e progresso, seria lógico e racional nos esforçarmos no sentido de compreendê-lo. Esta é a meta do aprendizado espírita.
A Religião deveria se configurar numa instituição de grande importância para a humanidade, porém, seu sentido acabou sendo desvirtuado pelos homens. Sua função seria a de transmitir os ensinamentos divinos aos seres humanos, libertando-os da escravidão das idéias materialistas, que o atrelam a um mundo de ilusões transitórias, sem compreender o verdadeiro sentido da vida.
Não existe ainda na linguagem humana, palavras que possam definir a verdadeira natureza de Deus. O Espiritismo nos faz analisar isso com muito mais racionalidade, porém ainda não é o ideal. Quando o Espírito atinge o estágio de Espírito Puro, ele compreende o Criador de modo mais amplo. Até lá, sua idéia a respeito do Pai é apenas relativa ao seu grau de adiantamento.
Bilbiografia:

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