quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ GRUPO DE ESTUDOS: PRINCIPIANTE ESPIRITA Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ



                              ESCOLHOS DA MEDIUNIDADE
                                           (Allan Kardec )
             ( Os médiuns, também podem, sofrer OBSESSÃO)
(...)                                  
70. Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão,
ou domínio que certos Espíritos podem exercer sobre os médiuns,
apresentando-se com nomes supostos e impedindo que por eles se
manifestem outros Espíritos. Isto constitui, também, um perigo em
que esbarra todo observador novato e inexperiente, que, desconhecendo
as características desse fenômeno, pode enganar-se pelas
aparências, do mesmo modo que aquele que desconhece a medicina
pode enganar-se quanto à causa e a natureza de uma doença.
Se, neste caso, o estudo prévio é vantajoso para o observador,
torna-se indispensável para o médium, pois lhe fornece os meios de
prevenir um inconveniente que lhe pode acarretar desagradáveis
conseqüências. Por isso toda recomendação é pouco para que o
estudo preceda sempre a prática.

71. Apresenta a obsessão três graus bem característicos: a
obsessão simples, a fascinação e a subjugação. No primeiro tem o
médium inteira consciência de que nada obtém de bom; não se
engana quanto à natureza do Espírito que teima em se manifestar e
do qual deseja livrar-se. Tal caso não oferece gravidade: é um
simples aborrecimento, do qual se liberta o médium se deixar, no
momento, de escrever. Cansado por não se ver atendido, o Espírito
acaba se retirando.
A fascinação é muito mais grave, porque o médium fica perfeitamente
iludido. O Espírito que o domina conquista-lhe a confiança
a ponto de lhe paralisar a capacidade de julgar as comunicações
recebidas e lhe fazer considerar sublimes os maiores absurdos.
O caráter marcante desse gênero de obsessão é a provocação
de uma extrema susceptibilidade do médium, o qual é levado a só
admitir como bom, justo e certo aquilo que ele próprio escreve, ao
mesmo tempo em que repele todo conselho e toda crítica. Então
rompe com os amigos, ao invés de se convencer de que é enganado;
alimenta inveja contra os outros médiuns, cujas comunicações
sejam consideradas melhores que as suas; e, por fim, quer impor-se
nas reuniões espíritas, de onde se afasta, desde que não as possa
dominar.
Essa atuação do Espírito pode ir ao ponto de arrastar o indivíduo
a dar passos ainda mais ridículos e comprometedores.


72. Um dos caracteres distintivos dos Espíritos maus é a imposição.
Dão ordens e querem ser obedecidos. Os bons jamais
impõem: dão conselhos e quando não escutados retiram-se.
Decorre daí que a impressão deixada pelos maus Espíritos é
sempre penosa e fatigante. Muitas vezes causa uma agitação febril,
movimentos bruscos e desordenados. Ao contrário, a dos bons é
calma, suave e agradável.


73. A subjugação, outrora chamada possessão, é um constrangimento
físico que exercem Espíritos da pior espécie e que
pode chegar até à anulação do livre-arbítrio do paciente. Muitas
vezes, porém, se reduz a simples impressões desagradáveis; outras
vezes provoca movimentos desordenados, atos insensatos, gritos,
palavrões, frases incoerentes, cujo ridículo o subjugado por vezes
compreende mas não pode evitar.
Esse estado difere fundamentalmente da loucura patológica,
com a qual erroneamente a confundem, por isso que a sua causa
não é uma lesão orgânica. Assim, diversa sendo a origem, diversos
devem ser os processos de cura. A aplicação do processo ordinário
de duchas e tratamento corporal por vezes chega a determinar uma
loucura verdadeira naquele que apenas sofria uma enfermidade
moral.


74. Na loucura propriamente dita a causa do mal é orgânica.
É preciso restituir ao organismo o seu estado normal; na subjugação
a causa é espiritual; é preciso livrar o doente de um inimigo
invisível – não por meio de medicamentos, mas opondo uma força
moral superior à dele.
Em tal caso a experiência tem provado que jamais os exorcismos
deram resultados satisfatórios: ao invés de minorar a situação,
agravam-na.
Apontando a verdadeira causa do mal, só o Espiritismo pode
oferecer o meio de combatê-lo: a educação moral do obsessor. Por
meio de conselhos bem dirigidos, consegue-se torná-lo melhor e
fazer que renuncie voluntariamente aos tormentos que causa ao
enfermo. Este, assim, fica livre.


75. Geralmente a subjugação é individual. Entretanto, quando
uma legião de Espíritos maus cai sobre uma povoação, pode
apresentar um caráter epidêmico.
Foi um fenômeno idêntico que se verificou ao tempo de Jesus.
E, então só um poder moral superior poderia dominar esses seres
malfazejos, chamados demônios, e restabelecer a calma das vítimas.


76. Há que considerar um fato importante: é que, seja qual
for a sua natureza, a obsessão independe do exercício da mediunidade
e se manifesta em todos os graus, principalmente no último,
em grande número de criaturas que jamais ouviram falar de Espiritismo.
Na verdade, desde que os Espíritos têm existido de todos os
tempos, sempre têm exercido influência; a mediunidade não é
causa – é simples meio de manifestação dessa influência. Assim,
pode-se dizer com segurança que todo médium obsidiado sofre de
um modo qualquer e, freqüentemente, nos atos mais comezinhos da
vida, os efeitos de tal influência. Se não fora a mediunidade, a
influência seria levada à conta de certas enfermidades misteriosas,
que escapam à investigação dos médicos. Pela mediunidade o
Espírito malévolo denuncia a sua presença; sem ela, permaneceria
oculto e ninguém o suspeitaria.


77. Aqueles que negam tudo quanto não afeta os sentidos não
admitem essa causa oculta. Quando, porém, a Ciência tiver saído
do caminho materialista, reconhecerá na ação do mundo invisível,
que nos envolve, e em cujo meio nós vivemos, uma força que tanto
reage sobre as coisas físicas quanto sobre as morais. Será um novo
caminho rasgado ao progresso e a chave de uma porção de fenômenos
até agora mal compreendidos.


78. Desde que a obsessão jamais poderá ser causada por um
bom Espírito, é essencial saber-se reconhecer a natureza daqueles
que se apresentam. O médium não esclarecido pode ser enganado
pelas aparências; mas o médium prevenido percebe o menor sinal
suspeito. Então, percebendo que nada poderá fazer, o Espírito se
retira.
O conhecimento prévio dos meios de distinguir bons e maus
Espíritos é, assim, indispensável aos médiuns que não querem
expor-se a uma armadilha. Também o é ao mero observador, que,
por esse meio, pode aquilatar o valor do que vê e do que ouve.
(...)     

 Referencias bibligráficas:
✎... O Principiante Espírita. Por Allan Kardec.  Tradução de Júlio Abreu Filho. Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

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